Quando o Percursos Afetivos começou no final de agosto de 2017, eu desejava que os caminhos pelos quais o projeto se desenvolvesse fossem diversos e mostrassem novos horizontes. Só não imaginava muito como isso iria acontecer… Algo que surgiu a partir das inquietações e gestações de ideias, por um bom tempo, nasceu como uma proposta que me foi levando à muitas possibilidades, encontros e desdobramentos. Posso dizer agora em 2022, que “sim”, o projeto me levou para muitos novos e diversos horizontes.
Os “percursos” desta temporada de agora foram criados em 2017 e 2018. Claro, que já passaram por modificações, alterações e ganharam novos elementos desde então. As histórias que aqui são contadas, cartografam com as palavras as muitas Curitibas experienciadas por essas personagens que as habitam. Me interessa contar as histórias marginais, invisibilizadas, não oficiais, não heroicas do Estado ou da nação, aquelas que falam dos seres, coisas, lugares e que constituem o ordinário tornando-o extraordinário. O que se narra aqui é constantemente nutrido pelo que está acontecendo ao nosso redor. Assim como duas personagens criadas por mim, a Gilda e a Maria Poeta, que capturam a experiência da vida com suas piscadas de olho ou escritas caminhante: é pedalando que conto grafando no percurso, com o corpo vivo, as muitas histórias que ali podem coexistir. Convido você a estar e participar dessa experiência para ver, rever, desver, transver com uma escuta atenta a paisagem que compomos com os nossos afetos nas complex(cidades).
As histórias que são contadas nesta temporada, estão no livro homônimo ao projeto que foi publicado pela Kotter Editorial. Além do livro, os percursos estão também com outros textos narrados por mim no formato de podcast que se chama “Percursos Afetivos ((sonoros))”: um elogio à bicicleta. Há também as cartografias sensíveis e narrativas que têm surgido como uma potente forma de encarnar a experiência espacial com as palavras contadas. E claro, o projeto acabou me levando para o doutorado no Programa de Pós Graduação em Geografia da UFPR para discutir as experiências espaciais a partir das narrações de histórias. Tem sido um percurso intenso e profundo que tem me colocado não só como um contador de histórias, como também um contador de geografias; mas isso é um outro papo. Se você quiser saber mais, pode visitar a aba de publicações aqui no site, lá estão alguns dos trabalhos acadêmicos que venho publicando acerca da pesquisa.
Preciso comentar três coisas: a primeira é que o percurso “Acorda Amor” não está na programação dessa temporada. Resolvi deixá-lo de fora, uma vez que ele fez parte da Mostra Espetacular recentemente; segundo que a apresentação do dia 02 de abril integra a programação do “I Seminário: Eu quero botar o meu corpo na rua” realizado pela quandonde – intervenções urbanas em arte (UNESPAR) e LATECRE – Laboratório Território, Cultura e Representação (UFPR); e por último que abaixo coloco as “playlists” das músicas inspiradoras de cada um dos trajetos.
Que você tenha uma ótima experiência, e que muitos dos seus percursos se entrecruzem com os das personagens dessas histórias. Que o percurso e o percorrer possam ser os nossos destinos no/com afetos.
Curitiba, fevereiro de 2022 – Cadu Cinelli
Programação

05/03 – “Maria Poeta”: ponto de encontro na Boca Maldita às 19h
12/03 – “Do terminal às aguas dos céus” : ponto de encontro no Terminal Guadalupe às 19h
26/03 – “Um rio que percorre o teu olho” : ponto de encontro na Praça de Bolso de Ciclistas às 19h
02/04 – “Gilda” : ponto de encontro no Parque do Bacacheri às 16h30
09/04 – “Despedida” : ponto de encontro Terminal do Boqueirão às 16h
16/04 – “Distopia” : ponto de encontro na escadaria do prédio histórico da UFPR às 19h
Ficha técnica:
Performer/ idealizador: Cadu Cinelli
Colaborador criativo: Dag Bach
Programador Visual: Cristhian Lucas
Assessoria de Imprensa: Karen Monteiro
Vídeos: Felipe Roehrig
Fotos: Lis Guedes, Doug Oliveira e Renato Mangolin
Apoio técnico: Eduardo Stocco Zabloski